Ministro Iris Fernando


domingo, 10 de julho de 2011

Opa! Pastores, Gerentes ou Administradores do Altar?


Deus confiou a alguns um dos mais valiosos ministérios: O Cuidado por Suas Ovelhas. Porém, nestes dias, quantas diferenças e desencontros têm marcado este nobre ofício. Onde estão os pastores? Procuramos por eles, mas encontramos Gerentes! Precisamos deles, mas onde estão? Será que só restaram Administradores? 

Cada povo é singular em vários aspectos, principalmente no que concerne ao modo como precisam ser tratados, ou melhor, apascentados. No Brasil, nossos líderes, na maioria deles, têm se espelhado em muitos modelos: americano ou norte-americano de pastorado. Basta que vejamos como suas bibliotecas têm sido recheadas por Joyce Myer, Murdock, e outros. Nada contra seus ensinos de forma geral, mas cada povo tem necessidades singulares.
Tenho visto igrejas lotadas, pregadores convidados com Palavras maravilhosas que trazem grande comoção. Mas quando no particular com estas mesmas ovelhas, vê-se um coração insatisfeito, triste, lamentoso, buscando em qualquer outro ministro da mesma igreja que lhes possa dar atenção, ou em outras "Terras", o conselho, a proximidade pastoral, a atenção e a identificação que não encontram em seus líderes. Vemos aqui um grave problema: ovelhas com sede, procurando em outras fontes o que deveriam receber em seu aprisco diretamente daquele que fora designado por Deus para isto. E são tantos os transtornos causados por este comportamento, que muitas delas adoecem espiritualmente. Mas como pode uma igreja ter palavra de excelência e estar tão doente se o que cura a alma é a Palavra de Deus? 
Sim, o que nos cura a alma e forja o caráter é a Palavra! O que mais precisamos é de comunhão com Deus e Sua Palavra, sem dúvidas. Ele, o Senhor, sim, é poderoso para nos ajudar e socorrer acerca de  cada ponto de nossa existência, sobre cada situação que precisa ser resolvida, e precisamos entender isto. Mas este mesmo Senhor outorgou líderes específicos para cuidar de seu rebanho e de suas necessidades mais diversas, ao ponto de estes mesmos escolhidos, darem sua própria vida por elas. Ele desejou que estes mesmos eleitos fossem tão zelosos que os comparou ao pai de família! Ilustrou que não dormiriam para que suas ovelhas não ficassem à mercê de lobos devoradores!
Interessante! Um pai de família! E o que ele faz?
Observe o pai que faz tudo para o seu filho, o provendo de todos os recursos financeiros e as melhores condições de estudo e lazer, porém, este pai é sempre muito ocupado, trabalha demais. Ele sempre envia outros para cuidarem de seu filho. Outros conversam com ele, outros lhe dão atenção, outros ensinam como deve agir e ser, outros, sempre outros. Mas se perguntássemos a este mesmo filho o que ele mais gostaria de ter, com sinceridade ele diria: meu pai! Mas como pode isso? Como famílias nobres, com tantos recursos financeiros, conseguem gerar filhos tão problemáticos? Um dos motivos, sem dúvida, está na ausência dos pais, devido a "n" fatores: trabalho, estudo, viagens... A criança que é educada e gerada num ambiente de amor e respeito, conhecendo e agregando valores de moral, dignidade e família, raramente sofrerá deste tipo de problema. A relação pessoal, o contato, a atenção de seus pais, fazem toda a diferença. Ainda que tenham uma excelente babá, esta jamais conseguirá substituir a presença daqueles que a criança ou adolescente desejam alcançar.
Da mesma feita é o ministério pastoral. Relacionamentos pessoais, identificação, capacidade de discernimento e sensibilidade à cada caso em especial. 
_ Ah! Mais isto requereria muito do meu tempo! Não tem como! - alguém poderia dizer.
Se meu pastorado não pode se doar a isto, então não devo assumi-lo. Outro deve assumir o meu lugar.
_ Difícil este negócio! - alguém ainda diria.
É verdade! Mas é uma questão de escolha, e de assumir as responsabilidades que me foram outorgadas.
Pastorado é renúncia, é uma nova visão em Cristo, é um novo caminho. As prioridades já não serão as mesmas, os objetivos não serão os mesmos, os alvos e metas mudaram. É receber uma nova unção, de tal maneira, que muitos sequer a entenderão, mas o pastor entenderá econseguirá discernir por causa da unção que recebeu. É algo singular, maravilhoso, especial... De tal forma, que nem a todos é confiado. Não se aprende em livros ou nos cursos de teologia, mas na experiência de uma fé pura, vocacionada, dirigida e guiada pelo Espírito Santo no contexto da Palavra de Deus e com a Palavra de Deus.
A coisa muda de tal maneira que até o carro do pastor fala muito sobre ele. 
Quando o povo de Deus é apascentado com uma visão mais gerencial do que pessoal, grandes desequilíbrios acontecem. Um abismo interminável se instala entre as ovelhas e seus líderes e pastores!
Creio que Deus não chamou gerentes pra apascentar seu rebanho, e nem confiou a administradores do altar este desígnio, mas a homens (em termos gerais, nada tenho contra o ministério de mulheres)  cheios do Espírito Santo, capacitados por Ele, cheios de amor e firmados na verdade. Deus chamou pastores para o seu rebanho, e não gerentes, mas infelizmente, é o que mais vemos nesses últimos dias da Igreja. 
Acomodação e até passividade é uma das razões. _ Por quê fazer se tenho quem o faça pra mim? Afinal de contas estou tão ocupado! Mas no Reino de Deus não é assim. O que eu preciso fazer, sendo minha a responsabilidade, ninguém poderá colocar as mãos. Cada um dará conta de si a Deus.E as desculpas? Elas ficarão por conta das visões mais atualizadas que tiramos de nossos líderes mais renomados. 
Quantos gerentes em nosso meio!!! Deus não precisa de gerentes, Ele precisa de pastores de verdade, pois os dias são maus e trabalhosos. Difíceis!
Deus precisa de pastores de verdade, que amem suas ovelhas e se entreguem a este ministério, e não de gerentes, que muito aquém do que imaginam, não conseguem produzir aquilo para o qual foram levantados. 
Deus tenha misericórdia de nós, e nos dê um coração puro e sincero, temente e verdadeiro, disposto a obedecer como Ele deseja ser obedecido. 
Ai das ovelhas sem pasto! Ai dos pastores que não apascentam!
Quantos entendem que dedicarem-se ao Ministério da Palavra é meditar nas Escrituras à fim de pregarem no domingo! Deixam para outros atribuições exclusivas à sua unção: são gerentes!
Não colocam a mão para fazer, mandam outros. 
Esquecem que debaixo da unção do Espírito Santo, a experiência traz maturidade para ministrarem a Palavra de Deus com excelência. 
Deus abençoe os Pastores!

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