Ageu 1:6
“Semeais muito e recolheis pouco; comei, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o num saco furado”.
Este foi o recado do Senhor ao Profeta Ageu.
O Livro do Profeta Ageu, embora pequeno, está repleto de desafios e promessas, e lembra-nos da reivindicação do Senhor sobre nossa vida e nossas prioridades.
Relembremos o acontecido...
Em 586 a.C., os exércitos da Babilônia destruíram o Templo em Jerusalém – a Casa de Deus, o símbolo de sua presença. Em 538 a.C., o Rei Ciro decretou que os judeus poderiam retornar à sua amada cidade e reconstruir o Templo.
O Imperador Ciro não foi só um grande conquistador, mas um sábio governador que procurou, tanto quanto possível, identificar-se com os sentimentos das várias nações que ele havia subjugado. Tanto os judeus como os babilônios viviam satisfeitos sob o seu domínio.
Os israelitas viveram como prisioneiros na Babilônia por várias décadas. Só em 538 a.C., puderam voltar para Jerusalém a fim de retomar suas vidas normais.
O povo de Judá reconstruiu as cidades e suas casas, mas esqueceram de cuidar também do Templo do Senhor, que havia sido destruído.
As pessoas estavam mais preocupadas com suas próprias necessidades do que em fazer a vontade de Deus e, como resultado, sofreram. (Ageu 1:6)
O profeta Ageu sabia o que era importante e o que deveria ser feito, e desafiou o povo de Deus a reagir.
Mas, para chamar-lhes a atenção precisou convocá-los à ação: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos. Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o Senhor” (Ageu 1:7,8).
Quantas vezes isso acontece nas nossas próprias vidas? Quantas vezes nós também deixamos de lado a obra de Deus e focalizamos apenas as próprias vontades?
Dizemos que Deus ocupa o primeiro lugar em nossa vida; entretanto, na prática o relegamos a uma posição menos importante em nossa lista de prioridades.
Pressões, exigências, expectativas e compromissos vêm de todos os lados e atacam nossas agendas. Faça isto! Esteja lá! Termine isto! Chame-os!
Parece que todos querem algo de nós - família, amigos, patrão, escola, Igreja e associações. Conseqüentemente, resta pouco a dar, por estarmos sem energia e tempo.
Encontramo-nos na corrida pela vida, no atendimento daquilo que é necessário, ao que é imediato e ao que é urgente.
Freqüentemente deixamos de lado aquilo que é realmente mais importante e o pior, geralmente não fazemos a melhor escolha.
Nosso problema não é o volume de demandas ou a falta de habilidade para organizar nossa agenda, mas os valores, ou seja, estabelecer aquilo que é verdadeiramente importante para nós.
Nossos valores e prioridades são refletidos na maneira como usamos nossos recursos: O tempo, dinheiro, força e talentos.
Deus mandou um recado claro ao povo de Judá: eles não estavam sendo abençoados porque agiam de modo egoísta.
Viviam em casas luxuosas enquanto o local mais importante, a Casa de Deus, ainda estava em ruínas.
Muitas vezes não sentimos o poder de Deus nas nossas vidas porque estamos sendo egoístas como o povo de Judá.
Não recebemos todas as bênçãos que Deus reservou para nós porque não temos tempo de nos dedicar ao seu reino. Estamos ocupados demais em reconstruir nossas próprias casas, com o máximo de luxo, e nos esquecemos da casa de da obra de Deus.
Deus tem prazer em nos abençoar todos os dias, mas espera que nós também façamos a nossa parte para auxiliar na expansão do seu reino.
Deus age por meio do seu povo e, se não nos colocarmos à disposição para trabalhar em sua obra, além de perder toda a satisfação de trabalhar para alguém com tamanho poder, deixaremos de receber as bênçãos reservadas para nós.
Ao ler a mensagem desse profeta, imagine-o andando pelas ruas e vielas de Jerusalém, a fim de exortar o povo a fazer a obra de Deus. Ouça-o falar com você, a fim de admoestá-lo e reordenar suas prioridades conforme a vontade de Deus. O que o Senhor ordenou que você fizesse? Coloque todas as demais coisas de lado e obedeça a Deus.
Se você está agindo como o povo de Judá, ajude na expansão do reino e não perca mais as bênçãos que o Senhor tem para você.
Lembre-se: Quem trabalha na obra de Deus recebe bênçãos como pagamento.
João Placoná - Presbítero, Professor de Teologia, Pregador da Palavra, Articulista
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