Ministro Iris Fernando


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O Crente Nervoso Não Dá Testemunho Cristão



A Bíblia nos ensina que os crentes são "a luz do mundo", a qual se manifesta pelo fruto do Espírito. "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bon­dade, fidelidade, mansidão, domínio próprio" (Galatas 5:22,23).
O crente prisioneiro do seu eu, prisioneiro de seu nervo­sismo, demonstra possuir amor? Não! Ele vive preocupado consigo mesmo; seus interesses centralizados em si mesmo, não permitem que ele mostre amor aos outros. Tal crente nem ao menos ama a Deus. Vive se queixando: "Que adianta orar a Deus? Ele não responde às minhas orações. Não posso ler a Bíblia; ela não desperta meu interesse".
Pode-se notar alegria na sua vida? Não! Ele lamenta e chora por causa de sua opressão, da qual, segundo diz, quer libertar-se.
Ele goza de paz? Não! Corre de um para outro lado, na esperança de encontrar um remédio para os seus sintomas ner­vosos. Sua mente é confusa, cheia de dúvidas, presa de temo­res, agitada por uma alma que está fora de comunhão com Deus.
O crente emocionalmente instável, demonstra uma atitude de longanimidade? Não! Falta-lhe a longanimidade, em grau total. É irritadiço, impaciente, intolerante com os outros, sem contemplação para com qualquer coisa que não gratifique o seu "eu". O homem que vive preocupado com o seu "eu" é extre­mamente sensível. O velho "eu", o seu "ego", não suporta críticas. À vista dos outros homens, sente que deve ser apro­vado; não pode deixá-los pensar que ele é diferente por causa de Cristo.
Que dizer sobre o espírito de gentileza? O crente assim pode mostrar gentileza e bondade, ajudar os outros, e fazer coi­sas pelos outros? Não! Os sofrimentos alheios aparentemente o aborrecem. E resmunga: "Não posso viver perto deles; dei­xam-me nervoso, falando tanto". Isso, sendo interpretado, sig­nifica que quando os outros falam, suas palavras interferem com "meus pensamentos sobre mim mesmo".
Pode o crente nervoso mostrar bondade para com os ou­tros? Não! Ele é como o homem natural; seus pensamentos, centralizados em si mesmo, não permitem que ele pense nos ou­tros. Diz para si mesmo: "Em que isso me ajudaria? Farei coisas pelos outros quando dominar meu nervosismo, mas agora nem quero visitar as pessoas nem falar com elas. É algo por demais exaustivo. Faz-me ficar nervoso, porque, enquanto falo com elas, ponho-me a imaginar o que estarão pensando de mim. Receio que percebam que há algo errado em mim. Fico nervo­so ao ir à igreja. Fico sem fôlego e tenso se o pregador fala alto".
Vamos ouvir agora uma confissão; "Não sei se estou salvo. Eu pensava que estava, mas, como não posso ler a Bíblia com sentimento e minhas orações não são respondidas, tenho medo de haver cometido o pecado imperdoável. Para mim não há es­perança ; esta situação se tem prolongado por tempo demasiado". Tais pacientes não têm fé em Deus, e a dúvida prevalece em todos os seus pensamentos.
O crente nervoso demonstra possuir mansidão? Certamen­te ele é um crente que ainda não rendeu-se a Cristo. Acredita que seus sofrimentos são uma cruz que está carregando para Cristo, e contudo, não há sacrifício nem glorificação a Deus nes­se sofrer. Como poderia havê-lo, visto que ele acusa Deus de infidelidade e não sabe esvaziar-se a si mesmo? Afinal de contas, um dos maiores fatores que contribuem para deixar o crente nervoso é o fato de que o seu "eu" ainda não foi crucificado com Cristo, o que provoca uma luta entre o Espírito e a carne: isto porque o paciente não anda pelo Espírito, mas faz provisão para sua carne (Romanos 13:14).
E, que dizer sobre a temperança, o controle próprio? O crente nervoso exerce auto-controle e se restringe da concupiscência da carne, da concupiscência dos olhos e da soberba da vida? Não. Ele se desculpa, dizendo que não pode se controlar porque é nervoso. Porém, houve tempo em que ele teve o direito de escolher entre controlar sua vontade para Cristo ou controlar sua vontade para a carne. Aparentemente deixou-se dominar pelas dúvidas, pelas ansiedades, e pelos cuidados do mundo.
Suponhamos que não fósseis salvos e que tivésseis a con­vicção da necessidade de salvação. Voltar-vos-íeis para um crente nervoso, ansioso, cheio de temores e dúvidas? Estou certo de que não, porque ele nada tem que vos pudesse fazer desejosos de possuir o que ele possui em sua vida. Ele não poderia nem quereria falar-vos a respeito de Jesus Cristo. Em primeiro lugar, ele não estaria interessado em Cristo, nem estaria preocupado convosco. Ele se preocupa exclusivamente consigo mesmo.

Há Esperança
Há alguma esperança para o crente nervoso? Pode ele do­minar e vencer sua escravidão, e ser libertado do engano do Diabo ? Certamente que sim! O Senhor providenciou, de forma maravilhosa, aquilo que é necessário para aliviar aqueles que verdadeiramente clamam a Ele. Muitos crentes, nesta altura, dirão: "Mas, minha condição não tem remédio. Já tentei tudo". Não obstante, Deus é capaz de fazer o que promete. Desejas fazer tua parte, conforme se segue?
PRIMEIRO — Retorna à cruz do Calvário, onde viste a luz pela primeira vez.
SEGUNDO — O "eu" deve ser crucificado com Cristo a fim de te libertares do homem "velho", isto é, da voluntariedade, auto-confiança e auto-suficiência — as quais coisas te mantém rebelde contra o plano de Deus para tua vida. "E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências" (Gaiatas 5:24).
TERCEIRO — Medita sobre o que Cristo fez no Calvário, por ti. Estuda a Bíblia diligentemente até que consigas perce­ber o quadro completo do Calvário. Se assim fizeres, o amor de Deus raiará sobre ti.
QUARTO — Se tens sido nervoso e tens vivido em temo­res por muitos anos, as dúvidas, os sentimentos de culpa, os pe­cados passados voltarão a perturbar-te, somente pela força do hábito. Examina I João 1:9. Estuda cuidadosamente esse versículo até que recebas todo o seu impacto. Lê esse versí­culo em relação ao seu contexto.
QUINTO — Medita diariamente sobre a Palavra de Deus, momento a momento, para que possas resistir aos ataques de Satanás, o qual procurará fazer-te novamente seu escravo.
O crente que é chamado de cliente nervoso, acossado por temores, ansiedades, preocupações e cuidados, sem a menor sombra de dúvida não está andando no Espírito Santo. O clien­te nervoso que dá ouvidos aos lamentos e gritos de seus sinto­nias nervosos será dominado por eles, ficará preso a eles, e tornar-se-á escravo deles.
O temor servil leva o paciente a procurar alguma espécie de alívio. Os escravos não são guiados; são arrastados. Satanás arrasta seus escravos para onde quer, mas Jesus guia Suas ovelhas.
Disse o Senhor Jesus: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço e elas me seguem" (João 10:27). Que há de errado, então, em relação aos crentes nervosos? Não ouvem eles a Jesus? Não o ouvem dizer: "Por que estais perturbados? e por que sobem dúvidas aos vossos corações?" (Lucas 24:38).
Crentes nervosos, tirai os vossos olhos do "eu" e voltai-os para o Calvário.

L.Gilbert Little

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